HOJE

25 jun

Hoje

O dia amanheceu saboroso. Terça feira.
Na quinta poderei ver minha filha caçula, meu genro e o Antônio. O caçula, um netinho amado, que tão pouco posso curtir. Só em vídeos, por tantas vezes. Saudades serão amenizadas, satisfeitas.
Vi, dia desses, uma foto minha com meu amado Lucas, o neto primogênito, benção trazida para nós pela minha filha, também primogênita. O moleque recém nascido, a dormir deitado confortavelmente entre meu peito e minha barriga. A boquinha semi-aberta, em um soninho doce, absolutamente ingênuo, inocente pleno.
Essa foto é contemporânea do tempo em que vim morar no Pequi, aqui no Souza (muitos garantem que o certo seria Sousa, com ‘s’; nunca saberei, rsrsrs). Lá se foram doze anos. Alguns ainda por vir, espero.
Lembrei-me do meu mano que voou de volta para o universo. Estou muito parecido com ele naquela foto.
Mano cheio de sabedoria, quase um autodidata. Não, o sábio foi sim autodidata, aprendeu observando a vida.
Fico aqui, sentado confortavelmente nesta poltrona herdada de minha cunhada. Confortável mesmo.
Continuo tomando um punhado de medicamentos todas as manhãs. Não vai parar jamais. Que bom que os tenho para tomar. Tão diferente de tantos, de muitos, tantos. Um cafezinho, vez por outra uma cachacinha que me deu o Luciano, vizinho lá em BH. Muito gostosa, pra quem gosta. Eu gosto.
No meio de tantas notícias, quase todas muito ruins, algumas sabotadoras, uma me enche de alegria: ASSANGE ESTÁ LIVRE E VOLTA PARA CASA NA AUSTRÁLIA!
E o Lennon canta logo ali, “please, give peace a chance”.
Tudo o que queremos, alguma paz, alguma.
Menos crueldade, menos massacres, menos genocídios, menos de imprensa vendida e menos sabotadores. Queremos, e podemos, paz.
Minha geração anda estragando tanto. Nós não somente não aprendemos. Nós nos emburrecemos (com o perdão e piedade dos burros). Estragamos tanto.
Mas não é nada disso que quero falar.
Quero comemorar a liberdade de Julian Assange, as melhorias de nosso país e para nosso povo, ainda que ainda insuficientes. Poucas ainda. Outras hão de vir, espero e acredito.
Quero comemorar o próximo final de semana, com minha turminha reunida lá em casa, em Belo Horizonte.
Quero comemorar o amanhecer bem frio, o céu azulzinho, nenhuma nuvem. Pena que nem sinal de uma chuvinha. Hoje foram 11⁰ às nove da manhã. A grama já começa a sentir.
Quero comemorar as orquídeas, a semente do abacate que brotou. Mais um abacateiro vem aí. Já produzimos algumas mudas para a turma.
Quero comemorar a vitória, ainda efêmera, das mulheres contra a lei pró-estupro apoiada por’aquele sabotador e chantagista escroque que comanda a dita “casa do povo” lá do planalto central.
Quero comemorar a solidariedade do povo brasileiro mestiço para com a população gaúcha.
Quero comemorar. Todavia, ainda que seja uma comemoração inócua, e também efêmera, diante de tantas e muitas mazelas, aqui e alhures.
Quero comemorar o sabiá que hoje ficou um tempão aqui pertinho. Bem raro. Ontem apareceu um pássaro pretinho aqui. A gente nunca viu algum assim por estas bandas.
Quero comemorar, um pouquinho. Quem sabe pode estar acontecendo alguma mudança! Oxalá! Será que acontecerá algum aprendizado? Tomara!
Amor, compaixão, solidariedade.
Recebam as bênçãos universais. Aceitem. São abundantes, permanentes e são para todos. Aceitem-nas.
Saibam receber e saibam, mais que tudo, agradecer, ficando muito obrigados a compartilhar, distribuir, repartir, doar.
Muito bom dia para vocês.
Felicidade. Sempre.

gustavohorta.wordpress.com

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